
*Pedro Benjamin Gonçalves de Mello, de 1 ano e 9 meses, morreu após ser levado ao hospital com fraturas e sinais de agressão, em Goiânia — Foto: Reprodução/TV Anhanguera
Criança já havia sido levada com hematomas ao hospital dias antes da morte; laudo contesta versão de acidente doméstico.
O bebê Pedro Benjamin Gonçalves de Mello, de 1 ano e 9 meses, morreu na madrugada de sábado (14), no Hospital Municipal da Mulher e Maternidade Célia Câmara, em Goiânia, com fraturas e sinais de agressão. Contudo, dias antes, a criança foi levada pela mãe a uma unidade de saúde com hematomas no corpo. O laudo pericial apontou politraumatismo com indícios de maus-tratos, contestando a versão de acidente doméstico apresentada pelo casal. O pai, um pintor de 29 anos, segue preso, e a mãe, auxiliar de serviços gerais de 23 anos, foi liberada após audiência de custódia.
Segundo a Polícia Científica, a mãe havia alegado que o filho estava doente ao levar Pedro à unidade de saúde. Contudo, o laudo negou a versão, confirmando lesões múltiplas no corpo da criança. Em depoimento, o pai afirmou que um armário teria caído sobre o bebê, justificativa repetida pela mãe. O delegado Rilmo Braga, no entanto, afirmou que a perícia identificou “politraumatismo com sinais de maus-tratos”, reforçando a suspeita de violência.
Guarda e Denúncias
No dia 3 de dezembro, após a suspeita inicial de maus-tratos e exames periciais, o Conselho Tutelar entregou a guarda do bebê à avó e denunciou o caso à Polícia Civil. Mesmo assim, Pedro acabou retornando aos cuidados dos pais.
Na madrugada de sábado, o pai levou o bebê ao hospital já em estado grave. Segundo a Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc), a equipe médica tentou reanimar Pedro, mas ele sofreu uma parada cardiorrespiratória e não resistiu. Diante da gravidade das lesões, a equipe médica acionou a Polícia Civil.
Prisão e Investigações
O pai foi preso em flagrante e teve a prisão mantida pela Justiça sob acusação de homicídio qualificado. A mãe passou por audiência de custódia e foi liberada, pois a Justiça entendeu que sua prisão não configurava flagrante. Segundo o delegado Rilmo Braga, ela segue sob investigação junto à avó da criança e outras possíveis pessoas envolvidas.
“Isso não impede que ela possa ser presa novamente. As principais suspeitas do crime após o pai, é a mãe e a avó, mas outras pessoas também serão investigadas e mais exames serão realizados”, afirmou o delegado.
Encaminhamento do Caso
Na segunda-feira (16), o inquérito foi transferido para a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), onde as investigações continuam. Novos exames devem, portanto, esclarecer as circunstâncias e identificar todos os envolvidos no crime.
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