
O Brasil chega ao final do primeiro turno das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026 em um cenário inusitado: longe das primeiras posições e pressionado por uma sequência de resultados negativos. Em quinto lugar, com quatro derrotas nas últimas cinco rodadas, a Seleção enfrenta o Chile e o Peru, dois dos lanternas da competição, na tentativa de retomar o caminho das vitórias e acalmar os ânimos dos torcedores.
Dorival Júnior, técnico da equipe, sabe que a missão é complexa. Com um elenco repleto de jovens que nunca enfrentaram uma pressão tão intensa com a camisa da Seleção, o desafio vai muito além da tática: envolve superar desfalques, questões emocionais e a falta de criação ofensiva que tem marcado as últimas atuações. A primeira oportunidade de reverter esse cenário será nesta quinta-feira, às 21h (horário de Brasília), em Santiago, contra o Chile.
Desfalques e um elenco renovado
Nos últimos dias, Dorival viu seu plano de jogo ser abalado por uma série de cortes. Cinco jogadores, incluindo nomes de peso como Alisson e Vini Júnior, foram afastados por lesão. A Seleção já vinha lidando com a ausência de Neymar, em recuperação de uma cirurgia no joelho, e de Pedro, também lesionado.
Para preencher as lacunas, Dorival apostou em novas convocações. Weverton, Alex Telles, Beraldo, Fabrício Bruno e Andreas Pereira foram chamados às pressas, aumentando para 15 o número de substituições que o treinador teve que realizar em suas quatro convocações desde que assumiu o comando da equipe. A instabilidade no elenco representa um obstáculo há mais em um momento em que o Brasil precisa urgentemente de estabilidade e resultados.
O treinador tem se mostrado confiante em sua equipe, mas não esconde a preocupação com o volume de alterações. “Estamos tentando encontrar o equilíbrio e a sintonia entre os jogadores, o que não é fácil quando tantos ajustes precisam ser feitos”, disse.
O peso da camisa e a pressão emocional
Se os desfalques complicam o cenário, a pressão psicológica sobre os jogadores também pesa. Uma geração que não está acostumada com os maus resultados vestindo a amarelinha agora precisa lidar com críticas pesadas e a pressão da torcida.
A Seleção Brasileira corre o risco de entrar em campo contra o Chile fora da zona de classificação direta para a Copa do Mundo, dependendo dos resultados das partidas que ocorrem mais cedo. Essa perspectiva aumenta ainda mais o nervosismo de um elenco que já foi duramente criticado pelas atuações apáticas em setembro — uma vitória magra contra o Equador e uma derrota para o Paraguai deixaram a equipe em alerta máximo. Para Dorival, o grande desafio será reverter esse cenário mental e reconquistar a confiança dos atletas.
“Temos jogadores com grande potencial, mas é um momento de transição, de aprendizado. A camisa pesa, e eles precisam sentir esse peso de forma positiva. A pressão vai existir, mas estamos trabalhando para que isso não nos paralise”, afirma o técnico.
O problema nas laterais
A renovação nas laterais continua sendo um ponto de dificuldade para a Seleção. O setor, há tempos carente de protagonistas, vê Danilo, que atuava como capitão, enfrentar um início de temporada como reserva na Juventus. Na lateral-esquerda, a lesão de Guilherme Arana abre espaço para Alex Telles e Abner Vinícius, que agora têm a oportunidade de mostrar serviço.
As laterais, tradicionalmente posições decisivas no apoio ao ataque e na solidez defensiva, hoje são vistas como vulneráveis. O desafio de Dorival será encontrar soluções viáveis e imediatas em um setor que clama por renovação e protagonismo.
Onde está o goooool?
Outro ponto de frustração tem sido a dificuldade em balançar as redes. A Seleção Brasileira marcou apenas um gol nos últimos três jogos. Durante as últimas rodadas das Eliminatórias, o time fez somente dois gols, o que é um reflexo de uma desconexão entre a posse de bola e a eficiência no ataque.
Dorival reconhece a falha: “Estamos com uma postura de muita posse de bola, trocando passes, mas faltam infiltrações e finalizações mais incisivas.” Ele tem trabalhado intensamente para corrigir esse problema, sabendo que a criação ofensiva é crucial para mudar a fase da equipe. A pressão de encontrar o gol e de voltar a dar espetáculo está presente, mas a criação de oportunidades de qualidade ainda é uma questão em aberto.
Jogar fora de casa tem sido uma dificuldade para o Brasil. Com três derrotas seguidas como visitante, contra Paraguai, Colômbia e Argentina, a Seleção busca mudar essa história em Santiago. A última vez que o time venceu longe de seus domínios foi na segunda rodada, contra o Peru, com um gol nos minutos finais.
Para Dorival, vencer fora de casa não é apenas uma necessidade técnica, mas também uma forma de reconquistar a confiança da equipe e da torcida: “Precisamos dar uma resposta. Vencer no Chile será fundamental para trazer tranquilidade ao grupo e cativar o público que estará nos apoiando em Brasília.”
O apoio da torcida
Na terça-feira, o Brasil recebe o Peru no Mané Garrincha, em Brasília. Dorival sabe que o apoio da torcida será crucial para impulsionar a equipe, que jogará com a pressão de precisar dos três pontos para melhorar sua posição na tabela. A expectativa é de casa cheia, e o técnico faz questão de convocar a torcida para apoiar o time: “Precisamos do nosso torcedor ao nosso lado. Brasília sempre nos acolheu bem, e tenho certeza de que a energia deles será fundamental.”
O que está em jogo?
A reta final do primeiro turno das Eliminatórias coloca o Brasil em uma encruzilhada. Vencer os dois últimos colocados pode parecer uma obrigação, mas, no contexto atual, essas vitórias representam mais do que apenas pontos na tabela. Elas significam a chance de reencontrar o caminho, restaurar a confiança dos jogadores e, acima de tudo, trazer de volta a força de uma equipe que sempre foi sinônimo de protagonismo no futebol mundial.
Com desfalques, pressão e a necessidade de recuperar o brilho, o Brasil de Dorival Júnior busca não apenas resultados, mas também uma redenção. E essa jornada começa nesta quinta-feira, em Santiago.
(*) Com informações do GE.
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