*Foto oficial dos líderes que participaram da cúpula do G20 no Rio de Janeiro – Bruno Santos – 18 nov. 2024/Folhapress
Cúpula no Rio encerra presidência brasileira, deixando marcas em inclusão social e transição energética
O Brasil entregou simbolicamente a presidência do G20 para a África do Sul, em cerimônia no Rio de Janeiro, nesta terça-feira (19). A presidência oficial será transferida no dia 1º de dezembro. Após um ano de reuniões e negociações, o Brasil considera ter consolidado sua agenda no bloco, com foco em temas como inclusão social, reforma da governança global e transição energética.
No entanto, a cúpula marcou intensas disputas. A Argentina, por exemplo, tentou barrar pautas progressistas, como igualdade de gênero e empoderamento feminino, além de se opor à proposta de taxação dos super-ricos defendida por Fernando Haddad. Contudo, o presidente argentino, Javier Milei, também se posicionou contra a menção ao combate à desinformação, e fez uma defesa irrestrita de Israel no contexto da guerra no Oriente Médio.
Outro tema polêmico foi a guerra na Ucrânia. O comunicado final do G20 destacou mais a situação na Faixa de Gaza e no Líbano, adotando um tom mais brando sobre o conflito europeu, sem citar diretamente a Rússia.
Iniciativas brasileiras ganham destaque
O governo Lula priorizou a inclusão social, a luta contra a fome e a pobreza, além da reforma da governança global e da transição energética. Uma das principais iniciativas foi a criação da Aliança Global Contra a Fome, com 148 membros fundadores, incluindo países e organizações internacionais. A Argentina aderiu à iniciativa no último momento.
Além disso, o Brasil implementou o G20 Social, que busca integrar a sociedade civil às discussões do bloco. A África do Sul anunciou ainda que continuará com essa iniciativa.
Brasil mantém influência no G20
Embora o Brasil tenha concluído sua presidência, continuará a integrar a Troika do G20, ao lado da África do Sul e dos Estados Unidos, que assumirão o posto em 2026. O governo Trump deve adotar uma postura contrária ao multilateralismo, o que pode afetar as futuras discussões no G20.
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