Pressione ESC para sair

Democrático News | Portal de Notícias | Agronegócio | Beleza | Bem Estar | Cidade | Cultura | Economia | Eventos | Esporte | Justiça | Política | Eleições | Saúde A informação que conecta, a voz que mobiliza

CFM se posiciona contra cotas na residência médica

Entidade alega que cotas geram discriminação reversa, mas dados revelam a persistência das desigualdades no acesso à formação médica no Brasil.

O Conselho Federal de Medicina (CFM) acionou a Justiça para barrar a implementação de cotas nos processos seletivos para residência médica. A entidade argumenta que as cotas gerariam “discriminação reversa” e que a inclusão de grupos menos favorecidos nos cursos de medicina já resolveu as desigualdades. No entanto, essa visão ignora a realidade do sistema de ensino médico no Brasil.

Dados sobre a formação médica

Mais de 76% das vagas nos cursos de medicina estão em instituições privadas. Isso limita o alcance das políticas de inclusão. Em São Paulo, essa situação se agrava, pois mais de 90% das graduações em medicina ocorrem em faculdades privadas. Contudo, desde a década de 1990, o número de instituições de ensino médico aumentou de 78 para 389, com 190 novas faculdades surgindo nos últimos dez anos.

O impacto econômico das faculdades de medicina

Esse crescimento no número de cursos se tornou um negócio lucrativo. Em 2022, as mensalidades médias em cursos privados de medicina eram de R$ 9.044,92. As receitas potenciais poderiam ultrapassar R$ 20 bilhões, considerando a ocupação total das vagas. Além disso, quatro grandes grupos educacionais dominam cerca de 90% das vagas, evidenciando como o mercado de formação médica se expandiu.

Ao se opor às ações afirmativas, o CFM não reconhece as desigualdades estruturais que dificultam assim o acesso à educação para grupos marginalizados. Essa postura é vista como um exemplo de racismo institucional, pois ignora as barreiras enfrentadas pela população negra no Brasil.

A importância da diversidade na saúde

A diversidade racial entre os profissionais de saúde é essencial para melhorar os indicadores de saúde da população negra. Estudos mostram que mulheres negras com câncer de mama têm uma taxa de sobrevida 25% menor do que as brancas. Isso reforça a necessidade de uma representação mais equitativa no campo médico.


Leia também: Brasil diz adeus à vacina de gotinha contra a pólio

Daniela Bragança

Democrático News | A informação que conecta, a voz que mobiliza