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Cigarros eletrônicos preocupam autoridades em Goiás com alta adesão entre homens e jovens

Pesquisa revela consumo expressivo de vapes em Goiânia, apesar da proibição; especialistas alertam para riscos à saúde e desafios no combate ao comércio ilegal.

Goiânia se destaca na região Centro-Oeste com o maior percentual de homens adultos adeptos dos cigarros eletrônicos, conforme dados da Fundação do Câncer. A pesquisa aponta que 7,1% dos homens na capital goiana utilizam esses dispositivos, apesar de sua comercialização ser proibida pela Anvisa. Em contrapartida, o consumo entre mulheres é de apenas 2,9%, colocando Goiânia em penúltimo lugar no ranking feminino.

O estudo também revela uma preocupação crescente: o Centro-Oeste lidera o índice nacional de adolescentes que já experimentaram o cigarro eletrônico. Entre jovens de 13 a 17 anos, 27,4% dos meninos e 20,2% das meninas relataram ter usado o dispositivo ao menos uma vez.

Riscos à saúde

Especialistas em saúde pública têm manifestado preocupação com o impacto dos vapes na saúde dos usuários. O pneumologista Marcelo Rabahi, diretor clínico do Hospital Israelita Albert Einstein de Goiânia, alerta que os dispositivos não são uma alternativa inofensiva ao cigarro tradicional. “A nicotina presente nos vapes chega rapidamente ao cérebro, causando dependência ainda mais intensa que os cigarros convencionais”, explica Rabahi.

Além da dependência, os vapes têm sido associados a doenças pulmonares graves, como pneumonia química, bronquite crônica e enfisema. “O ar quente inalado pode causar microlesões no pulmão, que, a longo prazo, se tornam irreversíveis”, acrescenta o especialista, destacando que o uso prolongado também pode levar ao desenvolvimento de câncer.

Comércio ilegal em alta

Embora proibidos, os cigarros eletrônicos continuam amplamente comercializados no Brasil, alimentados por contrabando e redes clandestinas. Operações recentes em Goiás reforçam a dimensão do problema.

No início de novembro, a Polícia Militar de Goiás apreendeu quase 4 mil unidades de cigarros eletrônicos contrabandeados, avaliados em R$ 300 mil. Em outra operação realizada no Camelódromo de Goiânia, mais de 10 mil dispositivos foram confiscados, totalizando cerca de R$ 1 milhão em mercadorias ilegais.

As investigações apontam que criminosos utilizam documentos falsos e intermediários para distribuir os produtos. Apesar das ações de repressão, a demanda crescente dificulta a erradicação completa do comércio ilegal.

Diante do aumento no consumo, especialistas defendem a ampliação de campanhas educativas voltadas para jovens e adultos. “Precisamos alertar sobre os perigos dos vapes com a mesma ênfase dada ao cigarro convencional. É uma questão de saúde pública que exige atenção imediata”, ressalta Rabahi.

A Anvisa, por sua vez, reforça a importância de sua resolução, que proíbe a comercialização, importação e propaganda de cigarros eletrônicos desde 2009. Em 2024, essas restrições foram ampliadas, incluindo a proibição do uso dos dispositivos em locais fechados, públicos ou privados.

Um problema nacional

O aumento do consumo de cigarros eletrônicos não se restringe a Goiás. Um levantamento do Ipec revelou que, em 2023, cerca de 2,9 milhões de brasileiros usavam esses dispositivos regularmente, um crescimento de cinco vezes em relação ao ano anterior.

As autoridades continuam a enfrentar desafios significativos para combater tanto o comércio quanto a popularização dos cigarros eletrônicos. Enquanto isso, especialistas alertam para a necessidade de maior regulação e conscientização para conter os danos à saúde da população.

O uso de cigarros eletrônicos cresce de forma alarmante, exigindo medidas firmes para proteger a saúde pública e combater o comércio ilegal.

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