
Decisão prioriza pacientes em tratamento; dívida da Prefeitura com unidade ultrapassa R$ 7 milhões
O Hospital Araújo Jorge, referência no tratamento de câncer em Goiás, anunciou a suspensão dos atendimentos a novos pacientes. A medida, comunicada pelo presidente da Associação de Combate ao Câncer em Goiás (ACCG), Alexandre Meneghini, tem como objetivo assegurar a continuidade dos tratamentos em andamento.
“Vamos parar o atendimento de primeira vez para garantir que aqueles que já estão sendo tratados tenham assistência adequada e sem interrupções”, afirmou Meneghini em coletiva de imprensa.
A crise se agrava devido à dívida acumulada pela Prefeitura de Goiânia, que, segundo a ACCG, inclui recursos bloqueados do Sistema Único de Saúde (SUS) e verbas provenientes de emendas parlamentares. O vice-presidente da associação, Paulo Campoli, detalhou que a unidade acumula valores não repassados desde 2021, somando mais de R$ 7 milhões. “Essa insegurança financeira é extremamente prejudicial. Muitos profissionais e fornecedores estão sem receber”, lamentou Campoli.
Justiça e intervenção na Saúde
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) afirmou, em nota, que os recursos do SUS seguem bloqueados por determinação judicial. A intervenção no sistema de saúde de Goiânia, conduzida pelo governo estadual, foi decretada após a Justiça acatar um pedido do Ministério Público de Goiás (MP-GO). A medida ocorreu devido a uma crise de gestão que, segundo os promotores, impactou diretamente a oferta de serviços e levou à morte de pacientes que aguardavam leitos de UTI.
Além disso, a Polícia Civil segue investigando suspeitas de desvio de recursos públicos na pasta. Nesta terça-feira (17), novos mandados foram cumpridos contra o ex-secretário de Saúde de Goiânia, Wilson Pollara, e sua equipe. As apurações indicam um esquema fraudulento que teria desviado R$ 10 milhões por meio de convênios irregulares com empresas prestadoras de serviços.
Expectativa de retomada
A ACCG espera que os atendimentos a novos pacientes possam ser retomados no início de janeiro, mas reforça que a normalização dependerá do desbloqueio dos recursos e da regularização dos repasses. “Temos vivido um cenário de incerteza, mas seguiremos priorizando a qualidade do atendimento para quem já está em tratamento”, concluiu Alexandre Meneghini.
Enquanto isso, o Hospital Araújo Jorge segue enfrentando desafios financeiros que ameaçam a continuidade dos serviços prestados, colocando em alerta centenas de pacientes e familiares que dependem da unidade.
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