
Incidente ocorreu na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente; homem foi atingido na perna ao tentar coagir testemunha a não registrar denúncia.
A delegada Aline Lopes, responsável pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) de Anápolis, precisou usar sua arma de fogo para conter um homem suspeito de estuprar a própria filha, após ele tentar impedir uma testemunha de acessar documentos durante o registro da denúncia. O incidente ocorreu na delegacia, nesta sexta-feira (27), e o homem levou um tiro na perna.
Segundo relatos da polícia, a adolescente de 14 anos, que possui doenças mentais, havia denunciado o pai a uma vizinha, que acionou o Conselho Tutelar. Durante o registro da denúncia na delegacia, o pai tentou arrancar a filha do local à força, gerando uma situação de conflito. Uma policial que estava presente conseguiu retirar a adolescente dos braços do homem e a levou para outra sala.
Quando a delegada chegou, encontrou o suspeito na praça em frente à delegacia. A testemunha do caso precisava ir até o carro para pegar documentos, e a delegada a acompanhou, já que a mulher estava assustada. Ao se aproximar, o pai da menina desafiou a delegada, pedindo que ela atirasse nele e avançou em direção à testemunha.
Em resposta à ameaça, a delegada efetuou um disparo, atingindo o homem na perna, na tentativa de impedir que ele agredisse a testemunha ou a ela própria. “Legítima defesa é impedir que a agressão continue e que ela cesse”, afirmou Aline Lopes, ressaltando que a ação foi necessária para garantir a segurança de todos.
Após o incidente, o homem foi autuado em flagrante por coação no curso do processo, já que sua intenção era obstruir a denúncia da filha e impedir que ela fosse submetida a exames. Ele foi encaminhado ao hospital para tratamento e, após receber alta, será preso.
A delegada também informou que a investigação sobre o caso de estupro está em andamento. A polícia sabe que tanto a mãe quanto a filha enfrentam problemas mentais, e que a adolescente havia relatado os abusos ao seu entorno. O pai será investigado pelo crime de estupro de vulnerável, enquanto a polícia apura os detalhes da situação e os motivos que levaram o homem a tentar impedir a investigação.
Nota: O nome do suspeito não foi divulgado pela polícia. O caso levanta questões sobre a proteção de crianças e adolescentes em situações vulneráveis e a importância do acompanhamento de autoridades competentes.
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