
Entulho acumulado nos bairros expõe falhas no descarte e reforça necessidade de conscientização e fiscalização.
Goiânia registra uma alta preocupação no descarte irregular de lixo e entulho no fim do ano, o que pressiona a capacidade dos serviços de limpeza pública. Com um fluxo diário de 4 a 5 mil toneladas de resíduos, o Consórcio Limpa Gyn intensificou suas operações, realizando entre 180 e 200 viagens diárias de tráfego para atender cerca de 1.000 pontos críticos na cidade.
“Esse aumento está diretamente relacionado ao aquecimento econômico do período, que traz mais obras e compras, gerando um volume expressivo de entulho e móveis descartados de forma econômica”, afirma Renan Andrade, diretor do consórcio.
Embora as equipes de limpeza participem intensamente, bairros como Pedro Ludovico, Parque Ateneu, Jaó, Norte Ferroviário e Setor Aeroporto continuam sendo áreas críticas. Segundo Andrade, esses locais são frequentemente usados para descarte irregular, apesar das limpezas constantes. “Enfrentamos um ciclo vicioso: limpamos, mas o descarte retorna em poucos dias”, explica ele.
Além disso, a sazonalidade contribui para o agravamento do problema. Entre outubro e fevereiro, a cidade registra um pico no volume de entulho, o que sobrecarrega os recursos logísticos.
Falta de conscientização e acesso limitado a Ecopontos


A desinformação sobre os locais adequados para o descarte é uma das principais causas da situação. “Muitos cidadãos desconhecem a existência dos Ecopontos e as formas corretas de descartar entulho e móveis”, alerta Andrade.
Por isso, o consórcio tem investido em campanhas de conscientização nas redes sociais e em ações internas com funcionários, que atuam como multiplicadores de informação. “Precisamos educar a população para que saiba onde e como descartar corretamente”, destaca Andrade.
Uma das principais iniciativas para enfrentar o problema é o serviço Catatreco, que permite a remoção gratuita de entulho e móveis. A solicitação pode ser feita por meio do site, WhatsApp ou e-mail, ou que torna o processo mais acessível. “O objetivo é oferecer uma alternativa prática e evitar que as pessoas voltem ao descarte irregular”, explica Andrade. O serviço tem sido essencial para reduzir o volume de lixo nas ruas, mas a colaboração da comunidade ainda é indispensável para o sucesso total da iniciativa.
Riscos à saúde pública e responsabilidade coletiva


Além de comprometer a estética da cidade, o descarte irregular representa um risco à saúde pública, pois contribui para a prevenção de vetores de doenças como a dengue. “A população precisa entender que a limpeza urbana é uma responsabilidade coletiva. Cada um deve fazer a sua parte”, reforça Andrade.
Assim, a transformação de Goiânia em uma cidade mais limpa e saudável depende de mudanças nos hábitos da população. A parceria entre o poder público e a comunidade é fundamental para superar esse desafio. “A cidade limpa é aquela que menos se suja. Precisamos trabalhar juntos para alcançar esse ideal”, conclui Andrade.
Com campanhas de conscientização, serviços acessíveis e o engajamento da população, Goiânia pode enfrentar a crise do descarte irregular, garantindo um ambiente mais seguro e agradável para todos.
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