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Dólar dispara e chega a R$ 6,10 após pacote fiscal do Governo

Medidas de ajuste decepcionam agentes financeiros e acirram volatilidade no câmbio e nos juros futuros.

Nesta sexta-feira (29), o dólar disparou e atingiu a marca de R$ 6,10, impulsionado pela reação do mercado ao pacote fiscal apresentado pelo governo federal. A moeda americana chegou a ser negociada a R$ 6,115 durante a manhã, renovando o recorde nominal pelo segundo dia consecutivo. Ao mesmo tempo, a Bolsa recuava 0,32%, enquanto os juros futuros registravam alta expressiva, refletindo a instabilidade do cenário econômico.

Mercado reage ao pacote fiscal

O mercado financeiro reagiu com frustração às medidas anunciadas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que preveem uma economia de R$ 71,9 bilhões em 2025 e 2026. Contudo, entre as principais propostas, está o aumento da faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5.000, com compensação parcial pela taxação de salários acima de R$ 50 mil mensais.

Para o analista Eduardo Moutinho, do Ebury Bank, o anúncio conjunto de ajustes fiscais e mudanças no IR gerou desconfiança: “Embora o pacote tenha potencial de economia, a elevação da isenção do IR surpreendeu negativamente os investidores, limitando o otimismo.”

Instabilidade nos juros e no câmbio

Além do dólar, que acumula alta de 1,57% nesta sessão, os contratos futuros de juros também registraram forte volatilidade. Alguns chegaram a ser suspensos temporariamente devido à disparada. Os títulos de médio e longo prazo indicam taxas Selic superiores a 14% nos próximos anos, pressionando ainda mais o custo da dívida pública.

Desafios do governo e pressão econômica

O governo federal enfrenta críticas por priorizar medidas consideradas de impacto político, como a ampliação da faixa de isenção do IR, enquanto propõe cortes em programas como o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e revisão de abonos salariais. Economistas alertam que a estratégia adotada pode não ser suficiente para assegurar o equilíbrio das contas públicas.

André Galhardo, da Remessa Online, destaca que o governo precisa demonstrar viabilidade no plano fiscal: “A implementação será crucial para consolidar a confiança do mercado. Sem isso, a volatilidade pode persistir.”

Impactos no crescimento econômico

Mesmo com a taxa de desemprego atingindo 6,2%, o menor nível da série histórica, os dados positivos não foram suficientes para aliviar o pessimismo dos agentes financeiros. A instabilidade continua a influenciar as decisões de investidores, que buscam proteção em ativos mais seguros, como o dólar.

O pacote fiscal, embora tenha o objetivo de reduzir o déficit público, precisará superar resistências no Congresso Nacional, onde deve ser apresentado anos próximos dias.


Leia também: Congresso cobra liberação de emendas para aprovar pacote fiscal

Daniela Bragança

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