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E agora, Goiânia? Crises política e de saúde afetam a Capital e o Estado

Governador inelegível, prefeito cassado e colapso na saúde pública confirmam a instabilidade no estado de Goiás

*Com a colaboração de Jhualisson Veiga

Goiás enfrenta uma sucessão de crises que testam os limites da população. Uma decisão judicial que tornou o governador Ronaldo Caiado inelegível, a cassação da chapa do prefeito eleito Sandro Mabel e o colapso da saúde pública com mortes e prisões revelam a profundidade da instabilidade política e administrativa que atinge o estado.

Governador Ronaldo Caiado durante entrevista coletiva sobre decisão que o condenou por abuso de poder político — Foto: Transmissão/g1 Goiás

Governador Ronaldo Caiado inelegível

Ronaldo Caiado (União Brasil) foi declarado inelegível por oito anos após decisão da Justiça Eleitoral de Goiás, que o acusou de abuso de poder político ao realizar jantares no Palácio das Esmeraldas em apoio a Sandro Mabel, prefeito eleito de Goiânia. Apesar da gravidade, a decisão ainda não é definitiva e não impede o governador de continuar no cargo enquanto recorre.

Caiado afirmou que recebeu a decisão com tranquilidade e reforçou sua inocência.

“Jamais pratiquei um ilícito moral ou eleitoral. Aqui é minha residência oficial, onde recebo as pessoas”, declarou.

Ele comparou sua situação a de outros líderes políticos, como Dilma Rousseff e Jair Bolsonaro, que utilizaram residências oficiais para reuniões.

O prefeito eleito, Sandro Mabel, durante coletiva de imprensa após reunião das equipes de transição | Foto: Guilherme Alves/Jornal Opção

Sandro Mabel sob pressão Judicial

O prefeito eleito Sandro Mabel (União Brasil) também teve seu registro cassado pela Justiça Eleitoral, sob a mesma acusação de abuso de poder político. Mesmo assim, Mabel garantiu que tomará posse em janeiro de 2025 e considerou a decisão “desproporcional”.

“Esse evento nada teve a ver com a campanha. Meus advogados estão cuidando disso, enquanto meu foco estará em cuidar de Goiânia”, disse Mabel.

A defesa apresentou recurso, alegando que os eventos no Palácio das Esmeraldas eram apenas reuniões entre aliados políticos e não tinham caráter eleitoral.

A vendedora autônoma Katiane de Araújo Silva durante internação, em Goiás — Foto: Arquivo/Marina Araújo

Tragédias na saúde pública

Enquanto o debate político segue, a crise na saúde pública escancara sua face mais cruel. Katiane de Araújo Silva, vendedora de 36 anos, morreu no dia 22 de novembro após esperar por um leito de UTI no Cais Cândida de Morais. Diagnosticada com dengue hemorrágica, Katiane buscou atendimento três vezes antes de falecer.

“Ela só queria viver, mas foi abandonada”, lamentou um familiar.

A Secretaria Municipal de Saúde afirmou que Katiane recebeu todos os cuidados possíveis, mas o caso evidenciou o caos no sistema: filas intermináveis, falta de insumos e superlotação.

Wilson Pollara, Bruno Vianna Primo e Quesede Ayres Henrique, secretário, diretor financeiro e secretário executivo da pasta em Goiás — Foto: Divulgação/Prefeitura de Goiânia, Redes Sociais e Carlos Costa

Prisão do secretário de saúde

A Operação Comorbidade, conduzida pelo Ministério Público de Goiás (MPGO), revelou um esquema de corrupção dentro da Secretaria Municipal de Saúde. Wilson Pollara, então secretário, foi preso ao lado de Quesede Ayres Henrique, secretário executivo, e Bruno Vianna Primo, diretor financeiro, acusados de pagamentos irregulares e desvio de recursos.

As irregularidades atingiram a gestão de três maternidades públicas da capital, enquanto pacientes enfrentavam a ausência de leitos e a precariedade nos atendimentos.

“Sigo de cabeça erguida”, diz Rogério Cruz, após ficar em penúltimo no primeiro turno de Goiânia I Foto: Leoiran – Jornal Opção

Rogério Cruz e o abandono da prefeitura

Rogério Cruz, prefeito em exercício até 2024, também é alvo de investigações por irregularidades em contas eleitorais. Após perder as eleições, Cruz demitiu mais de dois mil servidores comissionados, agravando ainda mais a precariedade dos serviços públicos. Durante sua gestão, a saúde pública de Goiânia entrou em colapso, marcada por greves, atrasos salariais e falta de planejamento.

Sindisaúde defende a ideia que um Hospital Municipal poderia resolver a demanda da saúde na capital. | Foto: Sindsaúde

Intervenção estadual na saúde municipal

Diante do caos, a Justiça determinou uma intervenção estadual na saúde municipal de Goiânia. A medida busca garantir os serviços essenciais, mas enfrenta resistência administrativa e desafios logísticos em meio a um sistema já fragilizado.


Leia também: Justiça suspende registro de candidatura de Mabel e declara inelegibilidade de Caiado

Daniela Bragança

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