
Operação Deméter revela rede de fraudes envolvendo sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e prejuízos milionários no setor agrícola.
Uma rede de fraudes que causou um rombo de R$ 40 milhões em prejuízos para produtores de grãos foi desintegrada pela Polícia Civil de Goiás em uma operação realizada nos dias 28 e 29 de novembro. A ação, batizada de Operação Deméter, atingiu o coração do setor agrícola em Rio Verde, envolvendo 13 produtores lesados e uma organização criminosa que se estendia por várias cidades do estado.
Os suspeitos ofereciam valores atrativos para a compra de grãos, mas não cumpriam os pagamentos, revendendo os produtos sem entregar ou sem honrar os contratos firmados. O golpe gerou desconfiança no mercado e deixou dezenas de produtores sem seus lucros.
A operação resultou na apreensão de 468 veículos, incluindo caminhões bitrem avaliados em mais de R$ 1 milhão, além de duas aeronaves e sete imóveis de luxo. No total, os bens sequestrados somam R$ 200 milhões. As investigações apontam que o grupo movimentou cerca de R$ 19 bilhões de forma ilícita nos últimos três anos, e a Justiça já foi acionada para bloquear esses recursos.
“Estamos falando de um esquema muito além de simples golpes. Envolve sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e uma estrutura complexa de fraude, com impactos profundos no setor produtivo e nos cofres públicos”, afirmou o delegado Márcio Henrique Marques.
Suspeitos internacionais e busca pela Interpol


Entre os envolvidos, dois líderes do esquema, Camila Rosa Melo e Vinicius Martini de Mello, estão foragidos e suspeitos de terem fugido para os Estados Unidos. Seus nomes já foram incluídos na lista vermelha da Interpol, permitindo uma cooperação internacional para captura.
Vinicius, corretor de grãos, estava sob investigação desde junho, quando aplicou um golpe milionário e deixou o país. Até o momento, as defesas dos envolvidos não foram localizadas para comentários.
Sonegação fiscal e fraude sistêmica



Além dos prejuízos aos produtores, o esquema envolvia sonegação fiscal massiva. O grupo criava empresas de fachada conhecidas como “noteiras” para emitir notas fiscais falsas, evitando o pagamento de tributos. Essas empresas eram gerenciadas por laranjas, o que facilitava a lavagem de dinheiro e a circulação de recursos ilegais.
“O prejuízo vai além do mercado agrícola. É um golpe que afeta diretamente o Estado, que deixou de arrecadar bilhões em impostos. Esse dinheiro poderia ser revertido para serviços essenciais à população”, explicou o delegado.
Impacto no setor e medidas de prevenção
A operação reforça a necessidade de maior vigilância nas negociações de grãos, especialmente em regiões com grande movimentação agrícola. A Polícia Civil planeja intensificar o monitoramento de atividades suspeitas e criar parcerias com órgãos fiscais para evitar novos golpes.
“Precisamos garantir que o mercado opere de maneira segura e que esses produtores tenham confiança para seguir investindo no setor”, concluiu o delegado Márcio Marques.
Enquanto isso, os produtores de Rio Verde aguardam desdobramentos, esperançosos de que as medidas tomadas possam evitar novas perdas e fortalecer a segurança nas negociações futuras.
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