
O relatório evidencia a complexidade do combate às queimadas em Goiás, que exige um esforço conjunto entre governo, sociedade e setor produtivo para enfrentar os desafios ambientais e econômicos causados pelo fogo.
Em uma transmissão ao vivo realizada nesta quinta-feira (19), a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Goiás (Semad) divulgou o Relatório Consolidado de Incêndios Florestais de 2024, destacando os impactos das queimadas no estado. O documento, apresentado pelo subsecretário Robson Disarz, revela um panorama preocupante: quase 449 mil hectares foram consumidos pelo fogo entre janeiro e novembro deste ano.
O relatório aponta que mais da metade das queimadas (51,7%) ocorreu em áreas de produção agropecuária, enquanto apenas 1,42% coincidiu com áreas licenciadas, ressaltando a eficiência dos processos de licenciamento ambiental. Entre os municípios mais atingidos estão: Formosa, Mineiros, Rio Verde e Jataí. Além disso, 6,5% da área afetada correspondem a unidades de conservação, com destaque para os parques nacionais da Chapada dos Veadeiros e das Emas.
Custo e esforços de combate ao fogo
As queimadas trouxeram prejuízos significativos, com um custo estimado de R$ 710 milhões entre janeiro e agosto, segundo o Instituto Mauro Borges. O impacto financeiro deve reduzir R$ 1,2 bilhão até o final de 2024. Em resposta, a Semad investiu R$ 4,22 milhões em ações preventivas, incluindo a contratação de brigadistas e a compra de novos equipamentos. Brigadas contratadas pela secretaria atuaram em 152 ocorrências, focando principalmente na proteção de áreas próximas às unidades de conservação.
O Corpo de Bombeiros Militar também teve papel crucial, com 10.686 atendimentos registrados até setembro, a maioria em áreas urbanas. Paralelamente, a plataforma Monitor de Queimadas registrou 584 notificações ao longo do ano.
Tendências históricas e novos desafios
O relatório inclui uma análise histórica iniciada em 1998, destacando anos críticos como 2007 e 2010, quando os focos de calor ultrapassaram 12 mil registros. Após uma redução contínua entre 2019 e 2023, o número subiu em 2024, atingindo 5.954 focos até outubro, um aumento expressivo em comparação com o ano anterior. Setembro, tradicionalmente o mês mais crítico, registrou 3.111 focos, superando a média histórica de 2.240.
Goiás foi responsável por 7,8% dos focos de incêndio no Brasil em 2024, ficando atrás de estados como Mato Grosso, Tocantins e Maranhão. Apesar do aumento, nenhum mês deste ano ultrapassou os valores máximos da série histórica, indicando que, embora preocupante, os números estão dentro dos limites de variação registrados ao longo das décadas.
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