
Esquema ilícito envolveu candidatos e coordenadores de campanha é alvo de Ação de Investigação Judicial Eleitoral.
O Ministério Público Eleitoral (MPE) ajuizou uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) na 128ª Zona Eleitoral de Goiás, para apurar um esquema de compra de votos nas eleições de 2024 em Acreúna. A ação, movida pelo promotor Sandro Henrique Silva Halfeld Barros, envolve candidatos e membros da coligação Inovar para Avançar, que disputou as eleições para cargos no Executivo e Legislativo no município. A investigação revela a distribuição ilegal de cestas básicas como forma de cooptar participantes.
O esquema foi identificado por meio de uma série de investigações, que apontam que Ogério Rodrigues da Silva Arantes, coordenador da campanha, e Abgair Aparecida de Oliveira, discutiram, firmaram um acordo com Donizete Alves de Oliveira, proprietário do Supermercado Campeão, para distribuir gratuitamente as cestas básicas entre as eleições indicadas pela coligação. Durante a operação policial de 2 de outubro de 2024, foram apreendidos materiais que confirmaram a prática de coleta ilícita de votos, incluindo mensagens no celular de Donizete, que detalhavam a entrega das cestas.
O esquema, que começou em agosto de 2024, envolve a distribuição de pelo menos 127 cestas, com previsão de mais 100 a serem entregues. A análise das mensagens no celular do comerciante confirmou que a operação estava em funcionamento há meses, com registros detalhados sobre os beneficiados. Além dos coordenadores e intermediários, os candidatos da coligação também estão sendo investigados, incluindo a presidente da Câmara Municipal, Aretusa Gonçalves Silva, a vice-prefeita Mariluce da Silva Ferreira, e vereadores eleitos como Júlio César Naves de Melo Filho e Edilson Faria da Silva.
O promotor Sandro Halfeld destacou que o esquema de compra de votos configura abuso de poder econômico e captura ilícita de sufrágio, distorcendo o processo eleitoral e comprometendo a sua legitimidade. A operação também resultou na prisão em flagrante de Ogério Rodrigues e na apreensão do celular do Supermercado Campeão, que contém evidências de envolvimento de diversas lideranças locais.
As investigações ainda estão em andamento e podem levar à cassação dos registros de candidatura e dos mandatos dos envolvidos. O caso segue sob análise do Judiciário, com a possibilidade de sanções severas para os acusados.
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