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Mulheres chefiando mais da metade dos lares em Goiânia, aponta Censo do IBGE

Capital goiana registra crescimento na liderança feminina, mas segue abaixo de outras capitais no ranking nacional

De acordo com o Censo Demográfico de 2022, divulgado nesta sexta-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 50,05% dos lares em Goiânia são chefiados por mulheres, o que representa 275.006 residências na capital. No entanto, mesmo com esse crescimento na liderança feminina, Goiânia ocupa a sexta posição entre as capitais brasileiras com menor percentual de mulheres à frente dos lares.

O levantamento mostra um cenário de transformação em Goiás, com as mulheres assumindo cada vez mais a responsabilidade pela chefia familiar. Em comparação com o Censo de 2010, quando apenas 36,7% dos domicílios eram chefiados por mulheres, houve um aumento significativo. Para o professor Flávio Sofiati, da Universidade Federal de Goiás (UFG), o crescimento pode estar associado ao aumento dos divórcios e à busca por maior independência econômica feminina.

Famílias menores e nova dinâmica familiar em Goiás

Os dados do Censo também revelam uma mudança no tamanho das famílias goianas. Quase metade dos lares do estado possui dois ou menos moradores, sendo que 29,5% têm duas pessoas, 23,6% têm três moradores e 19,7% são compostos por apenas uma pessoa. Ao todo, 49,25% dos lares goianos são formados por famílias menores, refletindo um movimento de redução no tamanho das residências.

Outra mudança observada é na composição das famílias. Enquanto houve uma redução no número de lares onde os responsáveis convivem com cônjuges de sexo diferente, o percentual de domicílios com cônjuges do mesmo sexo aumentou de 0,1% para 0,5%. Essa mudança, embora pequena, sinaliza maior aceitação e visibilidade das relações homoafetivas no estado.

Diversidade racial e envelhecimento na chefia dos lares

Em 2022, a maioria dos chefes de domicílio em Goiás é composta por pardos, representando 53,3% do total. Em seguida estão os brancos, com 35,3%, e os pretos, com 10,9%. Em 2010, pardos já lideravam com 48%, enquanto brancos eram 41,9% e pretos, 8,1%. Esses dados reforçam a diversidade racial da população goiana e o impacto dessa diversidade na estrutura familiar.

A faixa etária dos responsáveis pelos lares também sofreu alterações ao longo dos anos. Em 2022, 63,7% dos chefes de domicílio tinham mais de 40 anos, um aumento em relação aos 58,1% registrados em 2010. O envelhecimento dos responsáveis pelos lares pode indicar uma maior longevidade e a permanência de adultos mais velhos na liderança das famílias.

Configurações familiares e cidades com liderança feminina

No estado de Goiás, 64,29% dos lares são classificados como nucleares, ou seja, formados por um casal ou por um casal com filhos. Já 19,75% das residências são habitadas por uma única pessoa, enquanto 14,40% possuem outros parentes na composição familiar, e 1,56% são compostos por não parentes. Essas variações refletem a complexidade e a diversidade das famílias no estado.

Entre os 246 municípios goianos, 38 se destacam por ter mais mulheres como responsáveis pelos lares. Nova Aurora lidera esse ranking, com 61,2% das chefias femininas, seguida por Cachoeira de Goiás (61,0%) e Campo Limpo de Goiás (55,9%). Goiânia e São Luís de Montes Belos têm o mesmo percentual de 50,05%, com pequenas diferenças em relação ao número de lares chefiados por homens.

Os dados do Censo de 2022 não apenas evidenciam o avanço das mulheres na chefia dos lares, mas também revelam as mudanças nas configurações familiares e na dinâmica social em Goiás ao longo da última década. A liderança feminina está cada vez mais presente nos lares goianos, ainda que com desafios a serem superados em comparação a outras capitais do país.


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Daniela Bragança

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