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O que será de nós? Gestão deixa Goiânia com obras paralisadas e vias precárias

Prefeito eleito herda atrasos em 10 obras e problemas de infraestrutura.

As ruas de Goiânia mostram os reflexos de uma gestão marcada por promessas não cumpridas e obras inacabadas. Mesmo com um investimento previsto de mais de R$ 421 milhões, o prefeito Rogério Cruz encerra sua administração deixando 10 obras de pavimentação e recuperação asfáltica paralisadas ou incompletas, cenário que será herdado pelo novo prefeito, Sandro Mabel.

De acordo com informações levantadas junto ao Portal da Transparência, as obras ocorreram entre abril e agosto de 2023 e tinham previsão de entrega até dezembro de 2024. Contudo, muitas pesquisas chegaram à metade de sua execução ou, em alguns casos, nem tiveram início. Entre elas, destaca-se o programa 500 km , orçado em R$ 161 milhões, destinado à revitalização de vias na região central da capital. Com pouco mais de 40% concluídos, os serviços deixam clara a falta de planejamento e execução adequada.

Obras menores, como a ampliação da rede de transporte urbano na Avenida C, no Recreio Panorama, só vieram devido à necessidade de ajustes no projeto. A previsão inicial era de que os trabalhos fossem finalizados em novembro de 2023, mas até o momento, nem mesmo uma nova data foi estipulada para a retomada.

Impactos diretos na cidade

A precariedade das vias tem causado transtornos aos moradores. No Jardim América, por exemplo, o mecânico Rafael Rodrigues relata o aumento significativo de carros danificados em sua oficina, principalmente devido a problemas na suspensão e direção causados ​​pelos buracos. “De um ano para cá, trabalho com o dobro de veículos por semana. A situação é insustentável”, desabafa.

No setor Marechal Rondon, o comerciante Nazaré da Silva, que já sofreu acidentes na região, lamenta a falta de melhorias. “A situação está cada vez pior. Os motoristas tentam desviar dos buracos e acabam provocando colisões ou invadindo residências”, relata.

Fraudes e corrupção no radar

Além da má execução das obras, a gestão realizou denúncias de corrupção envolvendo a Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra). Em março, o titular da pasta, Denes Pereira, foi afastado após investigações investigadas em fraudes em licitações. Contratos superfaturados, alterações irregulares em aditivos e uso de documentos falsos foram algumas das práticas identificadas.

Entre as empresas investigadas, algumas sequer possuíam autorização para operar, enquanto outras entregaram materiais abaixo do volume contratado. O prejuízo aos cofres públicos é estimado em mais de R$ 50 milhões.

Desafios para o futuro gestor

O novo prefeito Sandro Mabel assume em meio a esse cenário caótico. Os especialistas destacam que será necessário reavaliar contratos, retomar obras paradas e implementar um planejamento técnico eficiente para a manutenção das vias.

O engenheiro Diogo Nunes Barbosa, que acompanha a situação de perto, acredita que a falta de capacitação na gestão foi um dos fatores críticos. “Não é só falta de dinheiro, mas de gastar de forma correta. A cidade precisa de soluções viáveis, planejadas e com fiscalização rigorosa”, enfatiza.

Com um legado de promessas quebradas e desafios estruturais, Goiânia espera que a próxima gestão tenha a competência necessária para reverter o cenário e entregar aos moradores a qualidade de vida que merece.

(*) Com informações do Jornal Opção.

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