
Carga ilegal avaliada em R$ 7,2 milhões seria distribuída em fazendas de Mato Grosso, Goiás e Mato Grosso do Sul.
Uma operação minuciosa e de alto impacto desarticulada uma das maiores redes de contrabando de agrotóxicos já registradas no Brasil. Mais de 7 toneladas de produtos químicos ilegais, avaliadas em R$ 7,2 milhões, foram apreendidas em um caminhão interceptado nesta quarta-feira (20), em Barra do Garças, Mato Grosso. O carregamento, de origem chinesa, entrou no país via Paraguai e tinha como destino fazendas nos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás.
O esquema criminoso, desmantelado por uma força-tarefa que reuniu o Comando de Operações de Divisas (COD) da Polícia Militar de Goiás, a Polícia Militar do Mato Grosso (PMMT), o Grupo Especial de Fronteira (GEFRON/MT) e a Polícia Federal, utilizou uma rede clandestina altamente estruturada para roubar a fiscalização e lucrar com a venda de emissões de uso agrícola proibidos ou controlados no Brasil.
De Pedro Juan às fazendas brasileiras
As investigações revelaram que uma quadrilha carregava os agrotóxicos na cidade paraguaia de Pedro Juan Caballero, transportava a carga para o Brasil por rotas secundárias no Mato Grosso do Sul e utilizava pontos estratégicos de distribuição para escoar os produtos a produtores rurais.
A abordagem do caminhão foi planejada com base em um trabalho integrado de inteligência. O motorista, que receberia R$ 15 mil pelo transporte, foi preso em flagrante. No interior do veículo, estavam condicionados os produtos ilegais, prontos para serem entregues em fazendas onde fossem utilizados em trabalhos, sem qualquer controle ambiental ou de segurança.

Os impactos de um crime invisível, mas devastador
Embora a compreensão represente um grande golpe contra o crime organizado, as marcas deixadas por esse tipo de prática vão além do prejuízo financeiro à quadrilha. Agrotóxicos contrabandeados não passam pela fiscalização e podem conter substâncias banidas no Brasil, cujo impacto no meio ambiente e na saúde pública é devastador.
“Estamos falando de produtos que podem causar intoxicação aguda em trabalhadores rurais, contaminar o solo, os lençóis freáticos e até mesmo entrar na cadeia alimentar. Esses crimes não afetam apenas a economia, mas a saúde e a vida de toda a sociedade”, alertou um dos agentes da operação.
Além disso, o contrabando prejudica empresas que atuam legalmente no setor agroquímico, que cumprem rigorosas normas de controle e regulamentação. O uso desses produtos ilegais pode resultar em sanções internacionais às exportações brasileiras, comprometendo a competitividade do agronegócio no cenário global.
Resultados e continuidade das investigações
A operação não apenas tirou de circulação uma carga milionária, mas também revelou uma rede criminosa complexa, cuja desarticulação exigiu novas etapas investigativas. Ao todo, foram cumpridos 37 mandados de prisão e 58 mandados de busca e apreensão, além do bloqueio de 438 contas bancárias usadas pela organização para lavar o dinheiro oriundo do contrabando.
“A ação de hoje é um marco no combate a crimes dessa magnitude. Desmantelar um esquema dessa complexidade exige não só competência operacional, mas também uma articulação impecável entre forças de segurança estaduais e federais”, destacou um dos coordenadores da operação.
As investigações agora se concentram em identificar os compradores finais dos agrotóxicos e em rastrear possíveis ramificações do esquema em outras regiões do país.
As autoridades reforçam o alerta à população rural e aos produtores sobre os riscos de aquisição de produtos de origem duvidosa. Além de representar um crime, o uso desses agrotóxicos pode trazer consequências irreversíveis para a saúde, o meio ambiente e a economia.
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