
Senadores teriam recebido "propina" para facilitar pautas no Congresso; caso envolve gigante do setor farmacêutico Hypera Pharma.
A Polícia Federal indiciou, no dia 19 de setembro de 2024, os senadores Renan Calheiros (MDB-AL) e Eduardo Braga (MDB-AM), além do ex-senador Romero Jucá (MDB-RR), acusados de receber propina de R$ 20 milhões para favorecer a Hypera Pharma no Congresso Nacional. O inquérito, que tramita há seis anos, foi revelado pela PF em um relatório sigiloso encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) no mês passado. Agora, cabe à Procuradoria-Geral da República (PGR) decidir se apresentará denúncia.
Desdobramento da Lava Jato: entenda o caso
Renan Calheiros, Eduardo Braga e Romero Jucá enfrentam acusações graves: segundo a Polícia Federal, eles teriam recebido cerca de R$ 20 milhões em propina para aprovar pautas favoráveis à Hypera Pharma (antiga Hypermarcas) no Senado. A intermediação teria sido feita pelo lobista Milton Lyra, ligado ao MDB.
A investigação, que faz parte de um desdobramento da Operação Lava Jato, teve início em 2018, mas o relatório final só foi enviado ao STF em agosto de 2024. Agora, cabe ao ministro Edson Fachin, relator do caso, aguardar o parecer da PGR, que pode decidir pelo arquivamento ou pela denúncia formal dos envolvidos.
Defesa
As defesas dos acusados negam veementemente as acusações. Em nota, o ex-senador Romero Jucá classificou o indiciamento como uma tentativa de criminalizar a política, enquanto Eduardo Braga chamou as acusações de “ilações esdrúxulas”.