
Operação prendeu 4 militares e 1 agente da PF; investigação ainda carece de clareza em vários pontos
A Polícia Federal (PF) deflagrou uma operação nesta terça-feira (19), com autorização do ministro Alexandre de Moraes, do STF, que apresentou novos documentos e ações da trama ocorrida no final do governo de Jair Bolsonaro, em 2022. A investigação ainda apresenta pontos que precisam ser esclarecidos, apesar das descobertas.
A operação focou na prisão de quatro militares e um agente da Polícia Federal, suspeitos de participarem de um plano que visava decretar um estado de exceção, prender, sequestrar ou até matar o ministro do STF, Alexandre de Moraes, e a chapa presidencial eleita, composta por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSB).
Indícios encontrados pela PF
- Reunião e orçamento: Em 12 de novembro de 2022, uma reunião importante ocorreu na casa do general Braga Netto, com a presença de Mauro Cid, Rafael Martins de Oliveira e Hélio Ferreira Lima. Dois dias depois, Cid e Oliveira discutiram um orçamento de R$ 100 mil para cobrir custos com hotel, alimentação e material. No entanto, a PF ainda não obteve acesso ao documento, que estava protegido por senha.
- Preparativos para ação: A investigação aponta que, em 6 de dezembro, Cid, Rafael e Bolsonaro estavam próximos ao Palácio do Planalto, coincidindo com o momento em que Mário Fernandes imprimiu o plano detalhado para assassinar Moraes, Lula e Alckmin. No entanto, não há confirmação se a reunião realmente ocorreu ou o que foi discutido.
- Plano para assassinato: O plano encontrado no HD de Mário Fernandes detalha como sequestrar ou assassinar Moraes e a chapa presidencial. A PF não sabe a quem o documento foi apresentado e não tem provas de que as ações foram executadas.
Ação de campo e mensagens
Em 15 de dezembro de 2022, os militares se mobilizaram para executar o plano. Contudo, mensagens trocadas no grupo “Copa 2022”, no aplicativo Signal, indicam que a ação estava em andamento. Porém, a identidade dos participantes e a ordem para a ação ainda são incertas.
Principais suspeitos e participação
- Mário Fernandes: General de Brigada da Reserva, ele é acusado de elaborar o plano para matar Moraes, Lula e Alckmin. A PF encontrou documentos relacionados ao plano, mas não sabe a quem foram apresentados.
- Hélio Ferreira Lima: Tenente-coronel do Exército, Lima participou da reunião com Braga Netto e esteve nas imediações de Moraes. A PF encontrou uma planilha com teor golpista, mas não há confirmação de sua participação efetiva.
- Rafael Martins de Oliveira: Major do Exército, Oliveira foi um dos líderes do grupo. Ele discutiu o orçamento para as ações e liderou os movimentos no dia 15 de dezembro.
- Rodrigo Bezerra Azevedo: Major do Exército, Azevedo esteve ligado ao grupo “Copa 2022”, mas não há confirmação de sua participação na ação de 15 de dezembro.
- Wladimir Matos Soares: Agente da PF, Soares foi identificado como apoiador da trama, mas a PF ainda não tem provas suficientes para confirmar sua participação direta no plano.
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