
Mandados de busca e apreensão são cumpridos em estabelecimentos que devem cerca de R$ 6 milhões aos cofres públicos; O prejuízo pode economizar R$ 9 milhões.
Nesta sexta-feira (8), a Polícia Civil de Goiás, em parceria com a Secretaria de Estado da Economia, deflagrou a Operação Maillard para investigar crimes de sonegação fiscal, associação criminosa e falsidade ideológica envolvendo uma rede de gastrobares em Goiânia. Durante a ação, foram cumpridos mandatos de busca em diversos restaurantes localizados em bairros nobres da capital.
As investigações foram realizadas há um ano, quando os auditores fiscais identificaram inconsistências nas declarações tributárias da rede, cujos faturamentos reais não estavam condicionados ao volume de impostos recolhidos. Segundo o delegado adjunto Bruno Costa e Silva, o grupo utilizou “laranjas” — pessoas que serviam como donas de fachada — para abrir novas empresas e assim evitar o pagamento de impostos devidos, mesmo após autuações anteriores por fraudes semelhantes.
Fraudes sofisticadas e ocultação de receitas
Durante a operação, foram apreendidas diversas máquinas de cartão de crédito que foram utilizadas para ocultar parte das transações, aliviando artificialmente os pagamentos. Segundo o delegado fiscal Ricardo Lucena, essas máquinas ocultavam transações reais, dificultando o rastreamento das receitas. Os dados capturados durante a ação servirão para calcular o valor total sonegado, que pode ultrapassar os R$ 9 milhões.
O delegado Costa e Silva explicou que o esquema envolve a abertura sucessiva de novas empresas com CNPJs diferentes, em nome de terceiros, para evitar que as dívidas tributárias fossem associadas aos verdadeiros doadores. “Essas mudanças dificultavam a fiscalização, permitindo que os responsáveis continuassem operando impunemente”, detalhou.
Impacto financeiro e continuidade das investigações
A Secretaria de Estado da Economia estima que, somando-se os tributos devidos e multas, o montante não recolhido pela rede de gastrobares pode gerar um rombo significativo para os cofres públicos, afetando áreas como saúde e educação. O delegado Lucena ressaltou que a operação é apenas o início de um processo mais amplo de responsabilização e que novas fases da investigação poderão ocorrer nos próximos meses.
Além das apreensões, a operação também deverá resultar em autuações fiscais e ações judiciais contra os envolvidos. A Polícia Civil e a Secretaria da Economia analisam os documentos apreendidos para aprofundar o levantamento do prejuízo causado e identificar todos os membros da associação criminosa.
O impacto desta operação ressalta a importância do combate à sonegação fiscal, especialmente em setores que movimentam grandes volumes financeiros, como o de bares e restaurantes. O caso segue em investigação e outras ações podem ser deflagradas em breve para coibir práticas semelhantes.