
Os desdobramentos do caso serão acompanhados de perto, enquanto as famílias aguardam justiça pelas vítimas.
A Justiça de Goiás recebeu a denúncia contra quatro policiais militares acusados de execução de quatro jovens no Residencial Solar Bougainville, em Goiânia, em abril de 2018. Com a decisão, os policiais Fabrício Francisco da Costa, Éder de Sousa Bernardes, Cledson Valadares Silva Barbosa e Thiago Antônio de Almeida foram acusados pelos crimes de homicídio qualificado e ocultação de cadáver.
Os agentes foram afastados das funções operacionais de rua, conforme solicitado pelo Ministério Público de Goiás (MPGO), permanecendo apenas em atividades administrativas durante o processo. A medida visa evitar a interferência na investigação e a prática de novos detalhes.
O caso
A denúncia aponta que, na noite de 23 de abril de 2018, os policiais, integrantes do Batalhão de Choque, invadiram a residência onde estavam as vítimas após uma suposta denúncia anônima sobre a presença de um veículo roubado no local. De acordo com o MPGO, os jovens foram mortos de forma premeditada e violenta.
Marley Ferreira Nunes tentou fugir, mas foi atingido por quatro tiros. Matheus Henrique de Barros Melo, dono da casa, foi alvejado no peito. Divino Gustavo de Oliveira tentou se proteger em um quarto, mas foi morto após a porta ser arrombada. O adolescente João Vitor Mateus de Oliveira, que estava no local para jogar videogame, foi levado em uma viatura descaracterizada até uma área de mata, onde foi executado. Seu corpo nunca foi encontrado.
A ação dos policiais foi caracterizada como homicídio qualificado, com recurso que impossibilitou a defesa das vítimas. Segundo a investigação, não havia armas com os jovens, como alegado pelos acusados. A ocultação do corpo de João Vitor reforça a tentativa dos policiais de encobrir os crimes.
O policial Thiago Antônio, embora não tenha providências para disparos, foi denunciado por cumplicidade, tendo prorrogado a equipe e facilitado o transporte da última vítima para execução.
Ao acolher a denúncia, a Justiça destacou a gravidade dos fatos e a necessidade de afastar os acusados das ruas. Segundo o Juízo da 2ª Vara de Crimes Dolosos Contra a Vida, a permanência dos réus em funções operacionais poderia comprometer a segurança das testemunhas e familiares das vítimas.
Os acusados aguardam julgamento, enquanto o MPGO segue buscando justiça para as famílias e responsabilização dos envolvidos.
Leia também:
- CUT-GO organiza caravana para ato em Brasília em comemoração aos dois anos da defesa da democracia
- Prefeitura de Goiânia realiza mutirão de limpeza e revitalização em quatro bairros da região noroeste
- Prefeito de Goiânia anuncia pagamento integral dos médicos credenciados à saúde municipal
- Goiânia adota drones no combate à dengue e intensifica ações de saúde
- Jovem é Flagrada no Teto de Carro em Movimento na BR-153, em Goiânia