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Prefeito de Goiânia antecipa exoneração de comissionados após derrota eleitoral, e medida levanta suspeitas de retaliação

*Rogério Cruz exonerou e dispensou cerca de 2 mil comissionados e servidores, após derrota nas eleições — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

Rogério Cruz exonera mais de 2 mil servidores comissionados em decisão que, segundo críticos, reflete resposta política após resultados eleitorais desfavoráveis

O prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Solidariedade), decidiu exonerar mais de 2 mil servidores comissionados e ocupantes de funções de confiança nesta terça-feira (8), antecipando uma medida que normalmente ocorreria em dezembro. Apenas dois dias após Cruz ter perdido a eleição, na qual recebeu 3,14% dos votos válidos e ficou fora do segundo turno, a medida gerou reações intensas. Para muitos, a decisão reflete uma tentativa de distanciamento rápido de uma gestão sem respaldo popular, comprometendo a estabilidade administrativa da cidade.

Suspeitas de retaliação política e reações

A antecipação das exonerações levantou questionamentos, pois a dispensa de comissionados, tradicionalmente, ocorre no final do mandato para facilitar uma transição ordenada. Segundo analistas, o prefeito decidiu não aguardar o fim do ano, possivelmente influenciado pelo desempenho eleitoral. Muitos dos servidores exonerados interpretam a medida como uma resposta direta à derrota nas urnas e criticam a ruptura abrupta dos serviços administrativos, comprometendo a continuidade de algumas políticas.

Justificativa da prefeitura e respaldo em normas legais

A prefeitura justificou a medida, afirmando que busca reorganizar a máquina pública e garantir o cumprimento das metas fiscais. A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) exige que gestores ajustem os gastos públicos, especialmente durante períodos de transição, evitando despesas que possam impactar negativamente a próxima gestão. Além disso, a Lei de Improbidade Administrativa orienta que os administradores públicos devem evitar criar despesas que comprometam o orçamento da administração seguinte. Assim, a prefeitura aponta que a ação tem respaldo legal, embora seu momento de execução traga interpretações variadas.

Consequências para o mercado de trabalho

Essa exoneração em massa afeta diretamente os servidores, que ocupavam cargos comissionados sem estabilidade. Embora Goiânia apresente uma taxa de desemprego relativamente baixa, de 5,1%, o mercado local ainda enfrenta dificuldades para absorver novos profissionais, especialmente em cargos de perfil administrativo. Com as demissões, o mercado de trabalho será pressionado, principalmente num período do ano em que as contratações são menos frequentes. Esse cenário desafia a recolocação dos ex-servidores e aumenta a competitividade para novas vagas.

Efeitos na transição de governo

Ao decidir exonerar mais de 2 mil servidores durante o período de transição, o prefeito Cruz cria tensões adicionais no cenário político de Goiânia. Para muitos, essa ação sugere um fechamento de mandato agressivo e amplamente interpretado como uma retaliação política. Especialistas acreditam que essa decisão pode enfraquecer a transição e ampliar as incertezas administrativas para a próxima gestão, aumentando os desafios que a nova administração enfrentará.

A lista completa dos servidores exonerados está disponível no Diário Oficial do Município, a partir da página 236. https://www.goiania.go.gov.br/Download/legislacao/diariooficial/2024/do_20241008_000008393.pdf

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Daniela Bragança

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