
Jovem, de 27 anos, ingeriu combinação de remédios e sofreu reações adversas; Polícia Civil investiga o caso.
Uma estudante de Medicina de 27 anos morreu nessa quinta-feira (24), em Goiânia, após ingerir uma combinação de medicamentos em uma tentativa de se livrar de dores musculares intensas. Segundo familiares e testemunhas, a jovem, que estava de passagem em Goiânia para realizar exames de saúde, havia se queixado de dores que prejudicaram seu sono na noite anterior. Ela e sua namorada, também estudante de Medicina, haviam chegado à cidade no domingo (20) e estariam planejando retornar ao Paraguai, onde ambas cursavam Medicina.
Segundo testemunhas, a jovem recorreu a diversos medicamentos de uso controlado, incluindo quetiapina, sertralina e paracetamol, além de uma injeção de substância ainda não identificada. A quetiapina, um antipsicótico, e a sertralina, um antidepressivo, são medicamentos que, em combinação ou superdosagem, podem provocar reações severas, como sedação extrema, problemas respiratórios e efeitos cardiovasculares. O uso de paracetamol em altas doses também é perigoso, afetando principalmente o fígado e podendo agravar o estado clínico. Especialistas alertam para o risco de interações medicamentosas em situações de automedicação, especialmente com fármacos de tarja preta.
Pouco tempo após a ingestão dos remédios, a estudante começou a se sentir mal e perdeu a consciência. Uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) foi acionada para prestar socorro, mas, apesar dos esforços da equipe, a jovem não resistiu. De acordo com os socorristas, a situação apresentava sinais claros de intoxicação medicamentosa, e todas as tentativas de reanimação não foram suficientes para reverter o quadro crítico em que ela se encontrava.
Investigação da Polícia Civil e próximas etapas

A Polícia Civil de Goiás foi acionada para investigar o caso, que, até o momento, está registrado como uma morte acidental. Agentes realizaram a perícia no local e encaminharam a jovem ao Instituto Médico Legal (IML) para a realização de exames toxicológicos e autópsia. O objetivo é identificar com precisão as substâncias ingeridas e avaliar se a combinação foi diretamente responsável pela morte. O laudo pericial deverá ser emitido em até 30 dias e fornecerá informações para confirmar as causas exatas da fatalidade.
O caso alerta para os perigos da automedicação, um problema frequente no Brasil, inclusive entre profissionais e estudantes da área da saúde. Médicos e especialistas enfatizam que a automedicação, sobretudo com remédios de uso controlado, como antidepressivos e antipsicóticos, traz riscos altos e imprevisíveis.
“A combinação de certos medicamentos, mesmo aqueles considerados comuns, pode ser letal, especialmente sem acompanhamento médico”, explica a farmacêutica Fabiola Nascimento. Ela reforça que cada medicamento age de forma específica e que combinações, dosagens ou usos inadequados, sobretudo para o alívio rápido de dores, podem causar efeitos colaterais graves, principalmente em sistemas neurológico e cardiovascular.
A morte da estudante, motivada pela tentativa de aliviar uma dor física imediata, expõe uma realidade alarmante e convida a reflexões sobre o uso consciente de medicamentos. De acordo com dados do Conselho Federal de Farmácia, mais de 70% dos brasileiros admitiram já ter se automedicado pelo menos uma vez.
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