
Katiane de Araújo, de 36 anos, procurou ajuda médica três vezes, mas não recebeu a vaga em UTI a tempo. Família denuncia falhas no atendimento.
Katiane de Araújo Silva, 36 anos, morreu na madrugada de sexta-feira (22), em Goiânia, enquanto aguardava uma vaga em UTI. A vendedora autônoma buscou atendimento em três unidades de saúde, mas não foi diagnosticada corretamente até ser entubada. A família acusa a rede pública de saúde de negligência no atendimento e falta de estrutura.

Busca desesperada por atendimento
A fatalidade começou no dia 15 de novembro, quando Katiane começou a sentir-se mal e procurou atendimento médico. No dia 19, ela se dirigiu ao Cais Cândida de Morais, onde foi internada. De acordo com sua sobrinha, Marina Araújo, os médicos não conseguiram identificar imediatamente a gravidade de seu quadro. Exames mostraram queda nas plaquetas, mas o diagnóstico final só veio quando sua situação piorou.
Katiane procurou atendimento também no Cais de Campinas. Porém, segundo sua sobrinha, os médicos apenas trataram as dores na coluna e a mandaram de volta para casa. O quadro de saúde da vendedora piorou e, no dia 21 de novembro, ela perdeu a consciência, sendo entubada. Mesmo com a situação crítica, a vaga em UTI nunca foi liberada. A família relatou que a vaga foi solicitada três vezes, mas não houve resposta a tempo.
Sistema de saúde falha em atender urgências e escancara a falta de leitos
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) afirmou que Katiane recebeu todos os cuidados necessários, inclusive em uma sala vermelha, onde ela teria recebido os mesmos recursos que um paciente em UTI. A SMS também alegou que não houve falta de assistência. No entanto, a família questiona como a paciente não foi transferida para a UTI, especialmente após o agravamento de seu quadro.
A Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO) informou que, embora a solicitação de vaga tenha sido registrada no dia 20 de novembro, o leito só foi liberado em 22 de novembro, às 8h16, para a Santa Casa de Misericórdia de Anápolis. No entanto, Katiane faleceu na noite do dia 21, antes de ser transferida.
A família, que perdeu a mulher de 36 anos e sem comorbidades, continua buscando respostas sobre o que poderia ter sido feito para salvar sua vida.
Leia também: Plano de saúde é acionado para garantir atendimento a crianças com autismo e TDAH